segunda-feira, 23 de maio de 2011

Capelas do Porto

Capela de Carlos Alberto nos jardins do Palácio de Cristal.
Foi construída no final do século XIX, por iniciativa da princesa Augusta de Montlear, em memória do seu irmão, o Rei do Piemonte-Sardenha, Carlos Alberto, falecido em 28/7/1849 na quinta da Macieirinha.



Capela da Batalha
Existiu do lado esquerdo do Teatro de S. João. Foi construída naquele lugar em 1799. Estava anteriormente junto da saída da porta de Cimo de Vila. Foi mandada destruir, para alargamento do espaço daquele teatro, em 1919. 


Capela de Fradelos

A que hoje chamamos de FRADELOS, e cujo significado é o mesmo que FRADINHOS, fica localizado entre as ruas Guedes de Azevedo, Sá da Bandeira e Gonçalo Cristóvão. Historicamente, data do século XIII; mais propriamente ao ano de (1283), a mais antiga referência a este lugar. Trata-se da doação de uma herdade, feita ao Cabido por um tal " Pero Soeyro "e na qual por ocasião do aniversário da morte do doador, o Cabido se comprometia à execução de determinadas cerimonias religiosas. Naquela época, FRADELOS, então considerado como um arrabalde do Porto, era um lugar muito acidentado e pedregoso, repleto de terras férteis por entre as quais corria um pequeno ribeiro, o chamado RIo de Fradelos, que ia desaguar um pouco mais à frente, no Rio da Vila, junto da Porta dos Carros, ou seja, na actual Praça de Almeida Garret…                     
 - A FONTE DE FRADELOS, em cujo frontispício figurava a imagem de Nossa Senhora da Boa Hora.                                                        
- E UM HOSPÍCIO DE MONGES BENEDITINOS, e daqui a razão de ser do nome de FRADELOS ou FRADINHOS, instalado numa frondosa quinta e conhecido pelas “curas dos doentes” que o procuravam devido ao “ ar saudável do lugar, afastado da Poluição citadina”!.... os devotos de Nossa Senhora da Boa Hora, entenderam ser necessário e urgente construir uma pequena ermida na qual com a “desejada decência” a imagem de Nossa Senhora continuasse a ser venerada e objecto de culto.                         
ERMIDA DE FRADELOS - Que foi inaugurada em 19 de Agosto de 1804, seria construída por iniciativa do Padre Manuel Pinto Barbosa.     Mais tarde, já no decorrer de 1877; numa altura em que prosseguiam as obras de continuação do troço da Rua de Sá da Bandeira até à Rua Formosa, a Capela viria a ser removida do seu local primitivo, junto da Fonte de Fradelos, para o lugar onde se encontra nos dias de hoje.
A NOVA CAPELA - Para a qual muito contribuiu o capitalista João Guedes de Azevedo, foi inaugurada pelo bispo do Porto, a 9 de Julho de 1893. É uma construção rectangular de uma só nave, de arquitectura religiosa neoclássica, completada por:
- UMA TORRE SINEIRA, quadrada, que se sobrepõe à nave.
- E DOIS CORPOS LATERAIS ALONGADOS.A FACHADA PRINCIPAL, revestida a azulejos azuis e brancos, cujo autor foi Jorge Colaço, é dividida em (3) corpos :
- (2) LATERAIS, simétricos, que nos mostram duas janelas em arco entre as quais se destacam painéis de azulejo com as imagens de São José e Nossa Senhora da Boa Hora.
- E O CENTRAL, ligeiramente mais avançado, com portal encimado por frontão em arco abatido, sobreposto por um pequeno óculo redondo e finalizado por um outro frontão no qual se destaca o monograma AM e que se admite serem as iniciais de António Magalhães, o Ilustre benemérito a quem pertenciam os terrenos gratuitamente doados para a construção do templo.
O INTERIOR Para além do volume da torre sineira, fechado através de guarda-vento, e do coro alto com balaustrada de madeira, o realce vai para:
A CAPELA-MOR, rectangular, com tecto de estuque decorado por medalhões de centro dourado, e que nos apresenta:
- O RETÁBULO-MOR, em talha dourada, embelezado por uma tela central onde figura a imagem de Nossa Senhora da Boa Hora.
UM LAMBRIL DE AZULEJOS, da autoria de Jorge Colaço, que no 1º nível nos mostra um padrão geométrico e no 2º, de um lado, as figuras de Santa Teresa de Jesus, S. Francisco Xavier e D. Nuno Álvares Pereira orando em Aljubarrota e do outro, Santa Teresa de Jesus contemplando o cruzeiro do Monte Carmelo, na Palestina (Israel), a quem se atribui a origem da Ordem das Carmelitas.
O CORPO CENTRAL, com tecto estucado, adornado por medalhões dourados, que nos mostra :
AS PAREDES, revestidas de lambril de cantaria e encimado por azulejos, igualmente de Jorge Colaço, com particular destaque para os (10) painéis onde figuram os passos da vida de Santa Teresa de Jesus.
(4) RETÁBULOS de talha branca e dourada, encimados por tribunas.
(2) PÚLPITOS, de forma quadrada, também eles guarnecidos de talha branca e dourada.
E UM ARCO TRIUNFAL, de volta perfeita, com sanefa de talha. 

Visitando há anos esta capela vi, a meio da nave do lado direito e, salvo erro tapando uma porta, o mais humilde dos altares.  Quando em 1935 meu avô Augusto Cunha comprou a quinta de Marnel na freguesia de Bitarães (Paredes) existia uma velha casa que tinha uma pequena capela particular. Como desejasse reconstrui-la e torna-la casa de lavoura ofereceu o seu altar à Capela de Fradelos, pois era lá reitor o seu grande amigo Padre Matos Soares.




Capela das Almas
A Capela das Almas fica situada, no coração da baixa portuense, fazendo esquina com a Rua Santa Catarina e a Rua Fernandes Tomás, a sua construção data dos princípios do séc. XVIII…
A capela tem dois corpos, sendo o segundo mais baixo, e sofreu obras de ampliação e restauro que modificaram o estilo original, em 1801.
Data já do séc. XX (1929), todo o revestimento de azulejos do exterior, representando passos da vida de S. Francisco de Assis e de Santa Catarina, Santos adorados na dita capela.
O altar-mor e os altares da nave são de estilo neo-clássico. Estes são dedicados a S. João e a Nossa Senhora da Conceição e a Nossa Senhora de Fátima, Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Dores, respectivamente à esquerda e à direita.
O painel do altar-mor representa a Ascensão do Senhor. Em plinto, junto ao altar-mor, a imagem do Senhor Ressuscitado.
À entrada, do lado esquerdo, podemos ver um painel de azulejos representando a imposição das Chagas a S. Francisco, à direita, as Almas, S. Francisco Santa Catarina.
É no entanto de salientar a curiosa mistura de cenas da vida de Santa Catarina de Sienna com a de Santa Catarina de Alexandria, virgem e mártir, patente na fachada principal. A última vez que estes foram objecto de recuperação foi em 1982.
(extracto do site PORTO XXI)
Segundo a Wikipédia os azulejos exteriores são de autoria de Eduardo Leite e foram executados pela Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego, em Lisboa.


(continua)

Rui Cunha

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