FECHADO
Fechou-se em si
Desiludido de tudo
Esquecido de todos,
Sentindo que Nada
Era melhor que qualquer Coisa.
A chave...
Deitou-a fora.
Para que queria ele uma chave
Se não queria sair,
Se lá fora nada lhe dava conforto?
E de olhos fechados
Ouvidos serrados,
Com as mãos tapava a boca,
Limitando-se a respirar
O mínimo que a vida lhe exigia.
E o tempo foi passando,
Com ele cada vez mais amorfo,
Com ele cada vez.
A querer ser menos gente,
Com ele a querer não existir.
Um dia acordou:
Abriu os olhos, destapou os ouvidos
E ficou desejoso
Que alguém encontrasse a chave
E lhe abrisse a porta.
Afinal a Vida era melhor
Do que aquele morno nada fazer,
Nada querer;
E esperou cheio de esperança.
Até que a porta se abriu.
Mas foi ele próprio que a escancarou!
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