segunda-feira, 11 de julho de 2011

Dois poemas


Ambição
Queria ser

O som da trombeta anunciando a paz
E a pausa breve na corrida do tempo

A flor que brota da neve, na primavera
E a gota de água que sacia o pássaro

A mão da manca a pedir auxílio
E a mão que enxuga a lágrima

O fio de esperança em doente terminal
E lanterna acesa no escuro da noite

Frescura do linho envolvendo a chaga
E bálsamo para pés cansados

Em forte rixa, o indício de perdão
E suave brisa em calma de verão

Vou demasiado alto para quem...
asas não tem


Maria Margarida Mesquita Ramos




Vem

Vem receber
das mãos luminosas do poente
o ardor
que nelas minhas mãos colheram
para ti.
Quero trazer-te nuvens feitas-flor
pelo luar claro
e poisá-las docemente no teu peito.
Vem comigo
percorrer horizontes de surpresa
feitos nosso caminho
num antecipar da alegria
que se abrirá para nós.

Deixa que
do céu pousem em nossos rostos
as centelhas de luz
que colhi nas estrelas.
Vem
caminhemos lado a lado.


Maria Tereza Ramalhão


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