segunda-feira, 27 de junho de 2011

GABRIEL FAURÉ




Gabriel Urbain Fauré (Pamier, 12 de maio de 1845 — Paris, 4 de novembro de 1924).
Filho de gente modesta, mostrou muito novo notáveis aptidões para a música, tanto que aos 8 anos, sem auxílio de mestre, fazia improvisações no harmónio da igreja de Montgauzy.Em 1855 Fauré entra para a afamada Escola Niedermeyer, de Paris, onde permanece como aluno interno até 1865, onde recebeu uma sólida educação musical e geral.Deixou uma vastíssima obra musical para piano, harpa, música de câmara, mais de 100 canções, inúmeras obras vocais religiosas, música sinfónica e 2 óperas.Em tempo de “loucura por Wagner”, conservou o seu classicismo francês, sem se deixar influenciar pela moda. Em 1920 aposentou-se do conservatório devida à sua surdez.
Hoje apresento a que considero a sua obra maior, o Requiem op. 48.Esta obra foi composta por fases entre 1887/1888 (original) e 1900, durante as quais lhe foi acrescentando vários instrumentos e tornando-a mais orquestral. Teve, esta versão, a sua primeira execução em 6 de Abril de 1900.
A propósito desta obra, Fauré afirmou: “O meu Requiem foi composto por nada…por gozo… se posso dizer… Talvez tenha assim, instintivamente, procurado sair do convencional, pois há muito que acompanho ao órgão as celebrações das exéquias! Eu já o tinha na cabeça… quis fazer outra coisa”.
A forma é inovadora, saindo da tradicional escrita musical e literária dos Requiem contemporâneos. Há nitidamente um afastamento do sentimentalismo dramático, na busca de uma espiritualidade pascal que não esconde a morte, mas supera-a. Isso aprendeu Fauré, no serviço litúrgico de organista. “O meu Requiem… alguém disse que não exprime o terror da morte, alguém lhe chamou o embalo da morte: como uma feliz libertação, uma aspiração à felicidade do além, mais do que uma passagem dolorosa”. É esta bem-aventurança dos “Felizes os mortos que morrem no Senhor” que lhe confere a infra-estrutura do canto gregoriano que perpassa e unifica o seu Requiem, sem negar a justa dimensão dramática, perfeitamente integrada.
La Chambre Phiharmonique (performing with historical instruments)- Emmanuel Krivine, conductor
INTERPRETES : Sophie Karthäuser, soprano-Thomas Bauer, baritone-"Les Éléments" Chamber Choir
Introitus



Requiem aeternam dona eis, Domine,
Repouso eterno dá-lhes, Senhor,

Et lux perpetua luceat eis.
E luz perpétua os ilumine.

Te decet hymnus, Deus, in Sion,
Tu és digno de hinos, ó Deus, em Sião,

et tibi reddetur votum in Jerusalem:
e a ti rendemos homenagens em Jerusalém:

Exaudi orationem meam,
Ouve a minha oração,

ad te omnis caro veniet.
diante de Ti toda carne comparecerá.

Kyrie

Kyrie eleison.
Senhor, tem piedade.

Christe eleison.
Cristo, tem piedade.

Kyrie eleison.


Offertorium



Domine Jesu Christe, Rex gloriae,
Senhor Jesus Cristo, Rei da Glória,

libera animas omnium defunctorum
liberta as almas de todos os que morreram

de poenis inferni et de profundo lacu:
das penas do inferno e do lago profundo:

Libera eas de ore leonis,
Libertai-as da boca do leão

Ne absorbeat eas tatarus,
Que não sejam absorvidas no inferno,

ne cadant in obscurum:
nem caiam na escuridão:

Hostias et preces tibi, Domine, laudis offerimus:
Sacrifícios e preces a Ti, Senhor, oferecemos com louvores:

Tu suscipe pro animabus illis,
Recebe-os em favor daquelas almas,

quarum hodie memoriam facimus:
Das quais hoje nos lembramos:

Fac eas, Domine, de morte transire ad vitam.
Fazei-as, Senhor, da morte passarem para a vida.

Quam olim Abrahae promisisti et semini ejus.
Conforme prometeste a Abraão e à sua descendência.


Sanctus



Sanctus, Sanctus, Sanctus Dominus, Deus Sabaoth.
Santo, Santo, Santo, Senhor Deus dos Exércitos.

Pleni sunt coeli et terra gloria tua.
Cheios estão os céus e a terra da Tua glória.

Hosanna in excelsis.
Hosana nas alturas.

Pie Jesu


Pie Jesu Domine
piedoso Senhor Jesus

Dona eis requiem,
Dá-lhes repouso,

requiem, sempiternam.
repouso eterno.


(continua)

Rui Cunha

Sem comentários:

Enviar um comentário