Amiga Solidão
Passeava a solidão pelas ruas da cidade:
Olhar longe, afastado do movimento.
Sem sequer cruzar com quem cruzava,
Via passar quem passava
Como ondulação na paisagem que o cercava.
Sem senti-me só,
Acompanhado que ia pela sua solidão,
Os seus passos corriam vagarosos
Num andar pando
Que não cansa nem descansa.
Desembocou num largo:
Grupos muitos e diversos,
Gente a falar, a conversar
Num dançar de afectos
E troca de opiniões.
Chegou.
Olhou.
Olhou agora de bem perto.
E sem conseguir integrar-se,
Sentiu-se então sozinho,
Sozinho na multidão;
Sozinho como nunca se sentira
Na companhia da sua solidão.
Maria Laura
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