segunda-feira, 11 de abril de 2011

Amiga Solidão, um poema de Maria Laura



Amiga Solidão

Passeava a solidão pelas ruas da cidade:
Olhar longe, afastado do movimento.
Sem sequer cruzar com quem cruzava,
Via passar quem passava
Como ondulação na paisagem que o cercava.

Sem senti-me só,
Acompanhado que ia pela sua solidão,
Os seus passos corriam vagarosos
Num andar pando
Que não cansa nem descansa.

Desembocou num largo:
Grupos muitos e diversos,
Gente a falar, a conversar
Num dançar de afectos
E troca de opiniões.

Chegou.
Olhou.
Olhou agora de bem perto.

E sem conseguir integrar-se,
Sentiu-se então sozinho,
Sozinho na multidão;
Sozinho como nunca se sentira
Na companhia da sua solidão.


Maria Laura





Sem comentários:

Enviar um comentário