sexta-feira, 6 de maio de 2011

D. Quixote e a Modernidade: Encontro ou desencontro?



Tertúlia

D. Quixote e a Modernidade: Encontro ou desencontro?

*

Pelo Padre Mário Garcia
Professor da Faculdade de Filosofia de Braga.
A ser apresentado pelo Prof. Luís Saraiva.

Na 2ª. feira, dia 16 de Maio de 2011, às 17 horas


quinta-feira, 5 de maio de 2011

O Cisalpino em Lugano


Durante as férias de verão de 1999, estive na Suíça com a minha mulher. Passamos em Lugano no dia 20 de Agosto e almoçamos nos arredores desta cidade, no restaurante panorâmico Capo San Martino, situado numa colina, em frente ao Lago. Logo que entrei na Sala, avistei pela janela uma via-férrea dupla e electrificada, que saia dum curto túnel. Comecei a avistar alguns comboios e preparei a minha Nikon para algo que de importante poderia acontecer.
         De repente eis que vi aproximar-se, saindo túnel, e em direcção a Lugano, um comboio, que de imediato reconheci como sendo o Cisalpino, pois já tinha nele viajado nos anos noventa. Disparei a maquina varias vezes, numa sequencia de fotografias que se apresentam em anexo.  
         Após a consulta do horário na internet, confirmei que este comboio tinha partido de Milão às 11horas e 18 minutos e iria parar em Lugano as 12 horas e 9 minutos e o seu destino final era Zurich, após a travessia do extenso túnel alpino do Saint Gottard.

O Cisalpino, designação comercial do ETR 470, é um comboio italo- suíço de tecnologia pendular, fabricado pela então “Fiat Ferroviária”, quase idêntico ao nosso Alfa Pendular, mas com 9 carruagens e previsto para duplo sistema de electrificação: 3 Kv corrente continua, na Itália e 15 Kv, 16,2/3 hz, na Suíça. São  nove unidades, que operam desde 1993, entre o Norte da Itália e a Suíça, ligando Milão a Zurich, a Basileia e a Geneve.






António Vasconcelos

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Quem Vai à Guerra


Quem Vai à Guerra é o novo documentário da realizadora Marta Pessoa que irá estrear no próximo festival IndieLisboa.
A sinopse diz-nos: Passados 50 anos desde o seu início, a guerra é, ainda hoje, um assunto delicado e hermético, apoiado por um discurso exclusivamente masculino, como se a guerra só aos ex-combatentes pertencesse e só a eles afectasse.QUEM VAI À GUERRA é um filme de guerra de uma geração, contado por quem ficou à espera, por quem quis voluntariamente ir ao lado e por quem foi socorrer os soldados às frentes de batalha. Um discurso feminino sobre a guerra.
E neste discurso feminino sobre a guerra surge a colega Lourdes Costa. Até que o filme surja na televisão ainda vai demorar um pouco, ainda assim já podemos ver o trailer AQUI, a voz inicial é a da Lourdes e pelo que se ouve parece ter ficado muito bem.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Dois poemas de Manuela Reis




Hera

Eis que morreste
no pátio,
mesmo junto
da fonte,
antes de beber.
Eras longa,
esguia.

Ninguém poderia
ter adivinhado
o teu destino,
junto da água
onde
beberas
sempre.






Marulhar das águas

Fecho os olhos
O marulhar das águas
amplia a imensidão
das viagens que fiz
sem ninguém saber.

Azuis Verdes  Barcos no Horizonte

Cabo Bojador apontado em frente na proa do Navio
em que vou sem nada me deter...


Manuela Reis

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Orquestra



Conhece todos os Instrumentos de uma Orquestra Sinfónica ?
E os sons deles, individualmente, já conhecia? Verifique AQUI. Passe o rato para conhecê-los e aos sons por eles emitidos. Por último, accione o maestro.

Em 1946 o compositor inglês Benjamin Britten (Lowestoft, 22 de Novembro de 1913 — 4 de Dezembro de 1976) compôs uma obra dedicada a explicar aos jovens os instrumentos e sons de uma orquestra. Esta obra é baseada num tema de Henry Purcell (Londres, 10 de setembro de 1659 – 21 de novembro de 1695). Pareceu-me do maior interesse, na temática deste post inclui-la, não só pela sua pedagogia, mas também pela beleza e qualidade de orquestração.
Benjamin Britten – guia para jovens sobre uma orquestra – 1ª. parte



Benjamin Britten – guia para jovens sobre uma orquestra – 2ª parte


Rui Cunha

sexta-feira, 29 de abril de 2011

ITINERÁRIO DE VIAGEM (com paisagens e sabores) um texto de Hélder Pacheco*


Sejamos sinceros: o movimento feminista foi sempre mal aceite pelo comum dos homens.
Para não ser acusado de zelo bairrista, vou sair do Porto para passar uma semana longe da mátria. Assim, sem qualquer hesitação, passo a elaborar o itinerário que faria escolhendo os Açores.
Começaria por Santa Maria. Quem a conhece? Disseram-me um dia que, além do aeroporto, não tinha mais nada. Que engano! Iria a Vila do Porto. Tentaria, numa das aldeias, comer um pouco de queijo fresco (no Ginjal?). Seguiria para Santo Espírito (a espantar-me com a igreja da paróquia, de emocionante barroco popular, e com o pequeno museu anexo, mostrando os objectos do homem comum - quase um ecomuseu - ainda existe?). Subiria ao Pico Alto, onde ficava um pedaço sem tempo a vê-lo passar sobre a ilha tranquila. Passaria por Santa Bárbara e depois - que lembrança! - ia retemperar os olhos na mais delicada das baías que encontrei, verdadeiro prodígio de paisagem construída, em S. Lourenço. Santa Maria vê-se num pulo e é tão bela...
Depois voaria (é como quem diz, sem ser pássaro, de avião) até S. Miguel. Não por causa da Ponta Delgada já rutilante de prédios altos que, para o meu gosto, está a ficar demasiado igual à arquitectura do nosso descontentamento urbano, mas a cidade das velhas ruas sossegadas, onde não há caixotes de betão. Sim. A cidade antiga e íntegra, aquela de que gosto. Ali, na Rua do Mercado, faria uma visita ao lojista de ananases e de cestos, cujo pai me ofereceu, há anos, pouco antes de morrer, um prato antigo, da Lagoa, onde todas as manhãs eu comia um ananás. Pequeno, entenda-se.
E, motivado pela beleza da faiança, iria à Lagoa reencontrar a lembrança das louças, e a Vila Franca comer queijadas. Extasiava-me nas Furnas, com as vistas. Seguia até ao Nordeste a ver as tecelagens, quase modernistas nos seus padrões geométricos, que lá fazem (ainda fazem?). Andava em roda da ilha (ou do mar?) só para passar na Achada e na Achadinha, nos Fenais da Ajuda e na Lomba da Maia, contemplando uma antologia de paisagem e arquitectura. Assim. Fora do tempo, na Ribeira Grande, comia o polvo com vinho de cheiro. Ia ao Bandejo comprar a mais pobre das sertãs - se ainda a fabricam -, feita de barro (a que tinha em casa, partiu-se). A Rabo de Peixe ia ouvir falar cerradamente os pescadores naquele português que quase precisa de tradução. E à Bretanha e aos Mosteiros. Nas Sete Cidades empanturrava-me de beleza e, no Pinhal da Paz, da cor-de-rosa das azáleas. Miríades de azáleas.
A seguir passava-me para a Terceira, ia logo, directo como um tiro, à Serra do Cume, a tentar ver o Vale da Achada «destapado» de nevoeiro. Descia ao Porto Judeu e comia o safio frito de uma tasca antiga que lá há e, pelo caminho, ia olhando a arquitectura mais do que vernácula dos impérios das freguesias todas. Mas em S. Sebastião parava uma vez mais a contemplar aquele gótico estranho da Matriz rural, perdido nos confins atlânticos. E Angra? Ah!, onde estão os olhos para a abarcar? Do Monte Brasil, do Porto de Pipas, do miradouro da Memória... Percorrer as ruas oitocentistas e aquela praça magnífica onde está a Câmara. E o Jardim Público. Em Angra, além da arquitectura e do génio urbano, fazia as honras ao alfenim, ao bolo do caco e a uma alcatra (que, meus senhores e minhas queridas senhoras, comida da boa, da natural, é cultura e identidade). E até era capaz de ir de propósito a S. Mateus, só para comer cracas puxadas da concha por um gancho de metal exclusivo de tal operação. A I seguir, daria a volta à ilha, por Santa Bárbara, Doze Ribeiras
Serreta. 0 Raminho, os Altares (na estrada, existe um sítio donde, num dia claro se vê S. Jorge e o Pico). Nos Biscoitos enchia-me da paisagem onde plantam as vinhas. E visitava o Museu da memória vinhateira e lá comprava - ao menos - uma garrafita de verdelho. E, se fosse no Verão, procurava assistir, nas Lages, a uma sessão de cantorias.
Depois ia para o Faial. Da Horta, digo aos amigos que nuncalá foram: «É cidade onde se pode comer no passeio.» A limpeza é chão, é ar, é água. São os olhos das pessoas vendo o Pico ao amanhecer? £ ao crepúsculo? E vê-lo - como há anos, em absoluto êxtase, o contemplei, num certo Dezembro, antes do Natal - a furar, coberto de neve, o algodão das nuvens? (Uma vez, tive azar, durante uma semana esteve sempre coberto. Mas, finalmente, ainda descobriu - maravilha azul-cinzenta ou verde? - na manhã em que me vinha embora.) Na Horta, ia ao Porto Pim recordar os portos das epopeias dos baleeiros, e ao Monte da Cuia. E ia revisitar a casa onde viveu D. Albertina, aquela casa tranquila junto ao parque - onde está um dos mais bonitos coretos dos jardins portugueses - e recordava os dias (onde vão eles...) em que lhe pedia para recortar uma renda de papel (sóis, filigranas ou sonhos tecidos?), arte nobilíssima e esquecida de que, nesta pressa de agora, já nem nos apercebemos que existe.
Subia à Espalamaca, a mirar a cidade lá do alto. A mirar, longamente, outra vez o Pico, do outro lado do canal. A mirar aqueles espantosos moinhos holandeses pintados de vermelho. E falar com o moleiro. Ia à Praia do Almoxarife tomar banho na água aquecida pela Golf Stream. Seguia por Pedro Miguel (nome de gente e de lugar) até à ponta da Ribeirinha. No Salão visitava o mais temo dos cemitérios, pequeno, sobre o mar (um cemitério com qualidade de vida, que inspiraria um poeta romântico). Ia aos Cedros, à Praia do Norte e, sobretudo, espantava-me com a natureza que se mantém natural, nos Capelinhos e na Ponta do Varadouro, onde há aquelas termas estranhamente caseiras! A seguir Castelo Branco, a Feteira (onde saboreava a linguiça com inhame e pão de milho) Sabiam que lá existe uma filarmónica chamada Lira e Progresso Feteirense? Este programa vai longo, mas, como tenho um fraquinho pelo Faial, ainda passava pelos Flamengos, que são espécie de oásis na paisagem interior. E subia à caldeira do vulcão, de onde se vê tudo quanto é ilha, mundo é mar.
Corria a apanhar a lancha, na doca (na passagem bebia um trago de angelica -bonito nome de bebida! - no bar do Peter) e rumava ao Pico (oxalá não haja «mau tempo no canal»). Fotografava o ilhéu deitado e repimpava-me, na Madalena, no pequeno restaurante da saída para S. Roque, a degustar uma «gadanhuda», ou seja, um cavaco, que é lagosta pequena e, em época de vacas magras, sabe à dita verdadeira. E ainda me atrevia a dar a volta a meia (que para mais não dá o tempo) à ilha, até à Calheta de Nesquim e às Lajes. Entretanto, pela tarde, fazia as honras a um queijinho ecológico, de leite de vaca não plastificada... Passou-se o tempo. E S. Jorge? E a Graciosa? E as Flores? E o Corvo? Um dia voltarei para lá ir. Nem que seja daqui a um século. Ou a mil anos. Voltarei...
Porquê os Açores? Porque, tirando o Porto, onde ainda há ruas com cultura, estou a fartar-me do cimento armado, que, de lés-a-lés, cobriu o país, e das estradas onde os psicopatas campeiam, do alumínio anodizado e do pavoroso expositor de azulejos de quarto de banho em que transformaram muitas das nossas vilas. Da fealdade das urbanizações estapafúrdias que começam a encher-nos o horizonte. Os Açores, pela simpatia e a simplicidade de muita gente, sobretudo anónima e sem tiques cosmopolitas, que lá conheci. Nem interesseira, nem normalizada ao turismo subserviente. Pelo céu, azul, o mar e as flores. Os cheiros naturais, os silêncios, o cair da tarde com aromas de terra e não de celulose ou de monóxido de carbono. A água fresca, o leite fresco, o doce fresco. As pessoas frescas (e espero que assim continuem), que nos dão humanidade em troca de boas palavras. Ia aos Açores. Como acho que isto de encantamentos, a havê-los, devem ser concretos e terreais, o meu (e cada qual deverá manter o seu, escondido, numa gaveta do lado esquerdo, cá dentro) seria adormecer na paz dos anjos numa daquelas casas com lareira de grande chaminé, na Terceira (ou no Faial?), com vento mareiro a entrar pela janela...

* escritor e professor no Instituto Cultural D. António  Ferreira Gomes, in fonte nº3


quinta-feira, 28 de abril de 2011

PAULO REIS (1960 2011)


Faleceu PAULO REIS, professor de Arte Contemporânea no ICAFG.

Editor e director da revista Dardo. Crítico e comissário. Director artístico da Casa d’Os Dias da Água em Lisboa; comissário adjunto do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e assessor cultural do Museu da República. Foi ainda editor assistente do jornal Rio Artes, crítico de arte na revista Manchete, jornalista do Jornal do Brasil e na Folha de São Paulo, redactor da revista Viva Música!

No ano passado foi o curador da Paralela 2010, mostra realizada por galerias paulistanas durante a 29.ª Bienal de São Paulo. Em 2000, foi curador, com Ruth Rosengarten, da exposição Um Oceano Inteiro para Nadar, com trabalhos de artistas portugueses e brasileiros, na Culturgest.

Actualmente era professor na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto e no Instituto Cultural D. António Ferreira Gomes.

Alguns dos projectos a que esteve ligado:

segunda-feira, 18 de abril de 2011

"A Primavera", de Vivaldi

Cinco cantoras cantam "A Primavera", de Vivaldi, no estilo capella, ou seja, sem orquestra.
Repare que, vocalmente, reproduzem com perfeição os sons executados normalmente por um conjunto de instrumentos.
Um show de originalidade, técnica e coordenação.


Há outras interpretações... É só escolher.

Rui Cunha