terça-feira, 16 de abril de 2013

Editorial e Boletim nº 24 de Abril de 2013


 
 


Não nos acomodemos… por um dever de cidadania. Porque ainda vivemos, cumpre-nos continuar a cumprir a vida! A nossa reforma não é, não pode ser, uma desvinculação de deveres de cidadania que garantam uma vida social harmoniosa.

Acaba de ser eleita uma nova direção da Associação Instituto Cultural D. António Ferreira Gomes para um mandato de três anos. Na linha de ação das anteriores direções, os membros desta direção aceitaram os cargos sem remuneração alguma, apenas sintonizados entre si pelo mesmo sentido de cumprirem um dever de cidadania.

Um dever de cidadania a cumprir! Mas para com quem? Em primeiro lugar para com as pessoas que acorram a este Instituto Cultural, escolhendo professores competentes e programas diversificados que sejam “fontes de estímulo intelectual”, que lhes alarguem horizontes de saberes, lhes criem mais espaços de convívios, e lhes incutam renovadas motivações sociais.

Depois, para com a sociedade em geral.

Mas é um dever de cidadania que ninguém nos impõe, nem nós impomos a ninguém ao virmos fazer este apelo! Porém, pensamos que ninguém reformado se pode subtrair a esse dever, dentro das circunstâncias da saúde que desfrute, dos recursos de que disponha e da situação social em que viva.

Quer dizer que estamos nesta direção para nos vermos cada vez mais próximos de vós, de vos termos mais próximos de nós, de nos podermos ver mais acompanhados e apoiados por vós nas iniciativas que tomamos, mantendo-nos sempre abertos a ponderar novas ideias e soluções, desejando estar convosco em todas as iniciativas que tomardes em cada Curso ou Unidade Cultural.

Tentaremos reunir testemunhos de todos nós e de todo o País sobre o que é o valor do trabalho dos reformados na vida da nossa sociedade. E para quê? Para que o País e os seus dirigentes políticos não cometam a injustiça de nos ostracizarem e ofenderem, considerando-nos cinzas fumegantes em extinção, sem brilho, nem glória, nem importância, qual fumaceira que as brisas do tempo que corre vão dissipando, por inúteis, sem deixar rasto…

Esperamos que cada um dê o seu contributo de colaboração para este desiderato, dispondo-se a mais presença no Instituto, a mais atenção ao que aí se passa, e também a dar informações concretas sobre o valor e importância do que ainda faz na vida, ao ritmo do que lhe for solicitado, na convicção de que é um contributo de cidadania importante que servirá de fundamento para mostrar a indispensabilidade dos seniores na vida, até económica, do País.

Assim, despertai!

Dai-vos mais ao Instituto, explorando melhor o que vos oferece e está, em várias Unidades e Cursos, muito desaproveitado. É muito baixo o número de “unidades" que frequenta cada “aluno”. Além disso, em geral, sente-se a ausência de participação dos membros do Instituto, mas com significativas exceções, nas variadas iniciativas que a direção cria e promove: visitas culturais, refeições comuns de festa e convívio, tertúlias, serões, lançamentos de livros, aulas abertas.

Enquanto no exercício destas funções, dar-nos-emos ao Instituto, sem nada mais esperar de todos senão que a acompanhem no esforço de darmos ao País o vigor da nossa experiência e o produto do nosso labor, intelectual, manual ou social, como preito ao que em vida recebemos e como utilização do que ainda somos e possuímos, e tudo isso por um dever de cidadania de que a idade nos deve tornar mais conscientes. Não nos acomodemos!

Et nunc erudimini…

Levi Guerra

 
Pode colocar no seu computador o Boletim 24 de Abril de 2013 entrando  AQUI.

 

 

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