Não
nos acomodemos… por um dever de cidadania. Porque ainda vivemos, cumpre-nos
continuar a cumprir a vida! A nossa reforma não é, não pode ser, uma
desvinculação de deveres de cidadania que garantam uma vida social harmoniosa.
Acaba
de ser eleita uma nova direção da Associação Instituto Cultural D. António
Ferreira Gomes para um mandato de três anos. Na linha de ação das anteriores
direções, os membros desta direção aceitaram os cargos sem remuneração alguma,
apenas sintonizados entre si pelo mesmo sentido de cumprirem um dever de
cidadania.
Um dever de cidadania a
cumprir! Mas para com quem? Em primeiro lugar para com as pessoas que acorram a
este Instituto Cultural, escolhendo professores competentes e programas
diversificados que sejam “fontes de estímulo intelectual”, que lhes alarguem
horizontes de saberes, lhes criem mais espaços de convívios, e lhes incutam
renovadas motivações sociais.
Depois,
para com a sociedade em geral.
Mas
é um dever de cidadania que ninguém nos impõe, nem nós impomos a ninguém ao
virmos fazer este apelo! Porém, pensamos que ninguém reformado se pode subtrair
a esse dever, dentro das circunstâncias da saúde que desfrute, dos recursos de
que disponha e da situação social em que viva.
Quer
dizer que estamos nesta direção para nos vermos cada vez mais próximos de vós,
de vos termos mais próximos de nós, de nos podermos ver mais acompanhados e
apoiados por vós nas iniciativas que tomamos, mantendo-nos sempre abertos a
ponderar novas ideias e soluções, desejando estar convosco em todas as
iniciativas que tomardes em cada Curso ou Unidade Cultural.
Tentaremos
reunir testemunhos de todos nós e de todo o País sobre o que é o valor do
trabalho dos reformados na vida da nossa sociedade. E para quê? Para que o País
e os seus dirigentes políticos não cometam a injustiça de nos ostracizarem e
ofenderem, considerando-nos cinzas fumegantes em extinção, sem brilho, nem
glória, nem importância, qual fumaceira que as brisas do tempo que corre vão
dissipando, por inúteis, sem deixar rasto…
Esperamos
que cada um dê o seu contributo de colaboração para este desiderato,
dispondo-se a mais presença no Instituto, a mais atenção ao que aí se passa, e
também a dar informações concretas sobre o valor e importância do que ainda faz
na vida, ao ritmo do que lhe for solicitado, na convicção de que é um
contributo de cidadania importante que servirá de fundamento para mostrar a
indispensabilidade dos seniores na vida, até económica, do País.
Assim,
despertai!
Dai-vos
mais ao Instituto, explorando melhor o que vos oferece e está, em várias
Unidades e Cursos, muito desaproveitado. É muito baixo o número de
“unidades" que frequenta cada “aluno”. Além disso, em geral, sente-se a
ausência de participação dos membros do Instituto, mas com significativas exceções,
nas variadas iniciativas que a direção cria e promove: visitas culturais,
refeições comuns de festa e convívio, tertúlias, serões, lançamentos de livros,
aulas abertas.
Enquanto
no exercício destas funções, dar-nos-emos ao Instituto, sem nada mais esperar de
todos senão que a acompanhem no esforço de darmos ao País o vigor da nossa
experiência e o produto do nosso labor, intelectual, manual ou social, como
preito ao que em vida recebemos e como utilização do que ainda somos e
possuímos, e tudo isso por um dever de cidadania de que a idade nos deve tornar
mais conscientes. Não nos acomodemos!
Et
nunc erudimini…
Levi
Guerra
Pode
colocar no seu computador o Boletim 24 de Abril de 2013 entrando AQUI.
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